Gostaria
de compartilhar com você um pouco da minha experiência acadêmica na
universidade e apresentar os temas de minhas pesquisas. Antes de adentrar na
Universidade, já me sentia encantada pelas leituras que permeavam o campo da
Bruxaria. Sempre fui tocada por temas como Magia, Mitologias, Paganismo, Ritos
Ancestrais, Culturas Antigas e Sagrado/Profano feminino. Sentia-me atraída pela
Natureza e apaixonada pelos mistérios da vida/morte, pelo Oculto e pelas Artes
Negras. Quando ingressei na Universidade, já tinha em mente por qual caminho
seguir em minhas pesquisas.
Ingressei
na Universidade do Estado da Bahia e tive a possibilidade de aprofundar os estudos
sobre as Práticas Mágicas e compreender o seu universo místico e religioso, no
curso de Graduação, no qual elaborei uma monografia com o título: O Feminino Demonizado: práticas mágicas e
feitiçaria na Bahia quinhentista. Nessa pesquisa problematizei a representação
demonizada das feiticeiras, utilizando os processos Inquisitoriais arquivados
em Lisboa/Portugal. Em seguida, ingressei no Mestrado na Universidade Federal
de Sergipe e busquei a compreensão da Feiticeira por ela mesma, sua visão de
mundo, seus sentimentos e sua religiosidade, esmiuçando suas práticas mágicas.
Assim, construí uma pesquisa intitulada: Artes
mágicas na Bahia quinhentista: o caso de Maria Gonçalves Cajada. E
consequentemente publiquei o livro: Práticas
de feitiçaria: o caso de Maria Gonçalves Cajada. Nessas pesquisas trabalhei
com mulheres portuguesas acusadas na Primeira Visitação do Santo Ofício à
Bahia. Porém, havia o anseio em investigar também as práticas mágicas indígenas
(pois minha tataravó era índia e meu avô curandeiro) e estas estavam quase
ausentes nos documentos utilizados neste recorte temporal e espacial. Estudando
sobre a atuação da Inquisição na colônia, percebi que o Grão-Pará foi o último
local visitado pelo Santo Ofício e que lá havia uma população em sua grande
maioria indígena. Então construí o meu projeto de Doutorado e fui aprovada no
processo seletivo da Universidade de São Paulo USP. Em um dos processos
Inquisitoriais encontrei relatos sobre um Ritual Mágico Indígena, com Dança,
cânticos, evocações e presença de espíritos. Foi então que, pela primeira vez,
meus dois trabalhos (História e Dança) se cruzaram. Essa pesquisa encontra-se
em andamento e em breve terei mais notícias para você.
1º
edição – Lançada pela Editora Página 41
2º
edição – lançada pela Editora Via Sestra
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